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Campanha Setembro Amarelo – Precisamos falar sobre suicídio!!!

Kurt Cobain, Robin Williams, Heath Ledger, Marilyn Monroe… São apenas alguns dos vários nomes que nos vêem à mente quando lamentamos o suicídio de artistas consagrados. Mas por que pessoas públicas tão incríveis desistiram de viver?

A depressão, a ansiedade e os vícios são alguns dos motivos por detrás dessas mortes. De fato, as doenças mentais não escolhem a vítima.

É lamentável perder um artista para esse mal. Porém, mais triste ainda é que muitas vezes existem pessoas que amamos precisando de ajuda, mas não estamos atentos aos sinais, ou simplesmente não queremos acreditar que o problema seja depressão.

Se você quer estar mais atento aos sinais de alerta para ajudar as pessoas ao seu redor ou mesmo se você se sente muito sozinho e precisa reorganizar a mente, seja muito bem-vindo!

 

Qual a importância da campanha Setembro Amarelo?

A campanha consagrou o dia 10 de Setembro como o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. Desde então, o mês de setembro tem se tornado o momento especial de refletir, desmistificar conceitos e informar sobre a prevenção ao suicídio.

A campanha Setembro Amarelo, além de trazer excelentes artigos elaborados pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), vem alcançando um destaque cada vez maior nas mídias, desde o ano de 2016, com diversas mobilizações sociais de conscientização.

 

Como estão os índices de suicídio no Brasil e no mundo?

“Todos os anos são registrados cerca de 10 mil suicídios no Brasil e mais de 01 milhão em todo o mundo”, de acordo com a Cartilha Suicídio: informando para prevenir, disponível no site oficial da campanha. O Brasil é o oitavo país em número absoluto de suicídios.

Muitas dúvidas surgem quando nos vemos na necessidade de ajudar uma pessoa que está pensando em suicídio, que serão abordadas nos tópicos a seguir.

 

Como identificar possíveis comportamentos suicidas?

Não é possível antecipar com exatidão, mas sempre é importante estar atento aos “fatores de risco”, que são como sinais de alerta para uma pré-disposição do indivíduo ao suicídio. Saiba quais são os fatores de risco a seguir.

Transtornos mentais: Estima-se que 96,8% dos casos de suicídio são relacionados a transtornos mentais não diagnosticados ou não tratados de forma adequada. Entre as doenças, está em primeiro lugar a depressão, seguida de transtorno bipolar e abuso de substâncias.

Tentativa prévia: É o principal fator de risco para o suicídio. Estima-se que metade dos indivíduos que cometeram suidício já tinha tentado antes.

Ideia suicida: Por mais óbvio que possa parecer esse sinal, não pode ser ignorado ou normalizado como um “mero drama”. Compartilhar pensamentos como “eu desejaria não ter nascido”, “eu preferia estar morto”, ou “caso não nos encontremos de novo” – são sinais de alerta.

Evento traumático: Eventos que podem ter causado um aumento brusco de tristeza, como a perda de um ente querido, separação conjugal, ter um grande prejuízo econômico, estão associados ao surgimento de pensamentos suicidas, comumente.

Organizar despedidas: Vão desde um recado com tom de despedida até eventuais momentos de “preparo”, como compartilhar senhas bancárias, deixar testamentos, fazer doações, acumular comprimidos, entre outros.

Sinais em crianças e adolescentes: Os pais e responsáveis devem observar as mudanças de comportamento, sejam expansivas (impulsividade e crises de raiva), como introspectivas (isolamento e tristeza constante). Lesões ocultas, que nunca cicatrizam podem ser sinais de automutilação. A queda no desempenho escolar e dificuldade de relacionamento com pessoas da mesma idade também são sinais importantes.

Doenças crônicas ou terminais: Doenças crônicas ou em fase terminal, são fatores de risco para o suicídio. Por isso, o tratamento médico deve incluir atenção especial à saúde mental.

 

Quais as ações que podemos tomar para evitar que uma pessoa cometa o suicídio?

Esteja atento aos fatores de risco abordados no tópico anterior, que servem de alerta e podem auxiliar na prevenção.

Em relação os jovens, essas questões devem ser abordadas tanto em casa, quanto no ambiente escolar. Os educadores devem comunicar os pais ao perceberem mudanças bruscas de comportamento no estudante e os pais devem buscar ajuda psicológica profissional.

Converse sem julgar: Se alguém te procurar para desabafar, por mais que você não entenda os motivos do sofrimento, seja acolhedor e esqueça qualquer preconceito.

Não adie a conversa: Priorize esse momento, não adie a conversa, para que a pessoa não perca a confiança em você.

Não repreenda: Não tente diminuir o que a pessoa sente. É um momento de acolhimento, não de repreensão. Entenda que será necessário muito mais do que uma única conversa, então mostre que a pessoa pode contar com você para desabafar. Esse acolhimento inicial pode não ser suficiente para resolver o problema em longo prazo, mas é um ganho de tempo para que a pessoa reorganize suas emoções.

Acompanhe o tratamento: Na maioria das vezes, não basta apenas recomendar a busca de um tratamento, é necessário conduzir a pessoa: marcar uma consulta juntos, acompanhá-la no dia e se mostrar disponível para as orientações do psicólogo/ psiquiatra.

Outra boa opção é tentar levá-la a grupos de ajuda, para oportunizar um olhar positivo sobre o momento, por meio de palestras ministradas por profissionais de saúde.

 

Existem fatores de proteção contra o suicídio?

Assim como existem os fatores de risco, existem os fatores de proteção, que são pequenos hábitos de rotina que podemos tomar a fim de nos blindarmos contra a depressão e outras doenças mentais. Entre eles estão:

Tratamento terapêutico: Tendo em vista que a maioria dos casos de suicídio advém de doenças mentais não tratadas ou diagnosticadas, esse é o principal passo em busca da prevenção!

Autocuidado: Cuidar da aparência não é só uma questão de vaidade, pois pode ajudar muito a manter uma autoestima elevada.

Aumente o contato com familiares e amigos: Um dia pesado pode se tornar mais leve se você dividir a carga com alguém de confiança. Lembre-se: você não deve sofrer sozinho.

Cuide da parte espiritual: O cuidado com a saúde psicológica não impede o cuidado com a saúde espiritual, não é mesmo? Além disso, pessoas positivas, determinadas e com fé na vida podem ser excelentes companhias.

Fazer voluntariado: Ajudar alguém dentro das suas habilidades, tempo e condições aumentam o sentido existencial, que é um forte fator protetivo.

Planejar o futuro: Permita-se sonhar. Para que os sonhos fiquem mais palpáveis, transforme-os em metas, com prazos. Fique à vontade para revisar o planejamento, quantas vezes for necessário!

Iniciar um novo hobbie: Iniciar um novo curso expande a mente; fazer um esporte libera hormônios de alegria e relaxamento; escrever é uma ótima forma de colocar sentimentos para fora, entre outros. Pense em algo que te deixaria feliz e aposte nisso.

 

Onde buscar ajuda?
O Centro de Valorização da Vida (CVV) é um serviço gratuito de apoio emocional, realizado por voluntários via telefone (188), chat ou e-mail, que atendeu a 2 milhões de pessoas no ano de 2017. O modelo é sigiloso e não diretivo (sem aconselhamento), com tempo ilimitado de atendimento.

 

Conheça mais sobre a campanha Setembro Amarelo, clique no link abaixo e baixe a cartilha elaborada pela ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria)  e CFM (Conselho Federal de Medicina).

 

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